ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA CONTEMPORANEIDADE

Objetivos

Refletir sobre:


  1. Conceito de Alfabetização e Letramento
  2. Concepções de aprendizagem da leitura e da escrita
  3. Processo de construção da leitura e da escrita e o letramento
  4. Conceito de alfabetismo e analfabetismo funcional
  5. Analfabetismo funcional e implicações na sociedade contemporânea

Conceituação

Alfabetização

Sentido geral:

Alfabetização significa apropriação dos códigos e signos da língua escrita e se
aplica àquele que sabe ler e escrever.

Letramento

“Etimológicamente do latim Littera (letra), com o sufixo cy que denota
qualidade, condição, estado, fato de ser, ou seja, literacy é o estado ou condição
que assume aquele que aprende a ler e escrever”. (Magda Soares, 1998)

Letramento

É um processo que interfere nas múltiplas esferas da cognição, desde a
organização psicomotora e dos procedimentos heurísticos das operações
lógico-formais, até a identidade sócioafetiva, a qual deverá levar a um sujeito a
ser capaz de ler o mundo e atuar em favor de seu futuro”. (Senna, 2001)


"Não basta saber , apenas , saber ler e escrever é preciso
também saber fazer uso do ler e escrever, saber responder
às exigências da leitura e da escrita que a sociedade faz
continuamente”.(Magda Soares – 1998)

Por quê?

Vivemos em uma sociedade:


  • Altamente competitiva
  • Uso intenso das tecnologias
  • Interconectada
  • Mercado globalizado
  • Velocidade na disseminação e produção de informações
  • Foco no conhecimento como diferencial competitivo

Uma social e outra individual:


  • Na social, estaria implicada toda a relação do sujeito com o entorno social em que a leitura/escrita acontece.
  • Na dimensão individual, o que está implicado é a competência do sujeito para ler, escrever e agir no mundo em vive.


Desafios para a escola:


  • Preparar os alunos para serem inseridos no mundo em todos os níveis e, principalmente no mundo do trabalho.


A Prática da alfabetização e suas consequências, individual e social


CONCEPÇÕES SOBRE A APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA,
IMPLICAÇÕES NA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO


Princípios da aprendizagem:


  • Estímulo e resposta
  • Os procedimentos didáticos e os conteúdos não têm relação com o cotidiano do aluno e, muito menos, com a realidade.
  • Papel do aluno: ouvir passivamente e executar as tarefas.
  • A prática pedagógica, valoriza o trabalho individual, a concentração, o esforço pessoal e a disciplina.
  • O ensino é centrado no professor.


Consequências para a alfabetização:


  • A aprendizagem da leitura e da escrita são vistas de forma mecânica.
  • Aquisição de técnica para decifrar o texto.

Princípios da aprendizagem:

  • A aprendizagem está relacionada ao desenvolvimento do indivíduo, em parte, é definido pelo processo de maturação do organismo.
  • A aprendizagem desperta os processos internos , segue um percurso externo para o interno, do social para o individual.
  • A interação com outras pessoas é fundamental - ZDP.
  • O papel mediador do professor na dinâmica interação das crianças com os objetos de conhecimento.


Consequências para a alfabetização:

  • As práticas alfabetizadoras devem envolver observação, pesquisa, resoluções de questões específicas e a interação.

Para avançarmos um pouco mais na questão é preciso que se compreenda que o
conceito de alfabetização muda de acordo com as exigências de cada época.

Vejamos:


  • Na primeira metade do Século XX – Exigência consistia apenas em ler e escrever o próprio nome.
  • Por volta de 1958 – Ler e escrever com compreensão um enunciado curto e simples sobre a vida cotidiana (UNESCO)
  • Em 1978 - A UNESCO cria o termo analfabeto funcional, ou seja, “é aquele que, mesmo sabendo ler e escrever frases simples, não utiliza esse conhecimento no seu dia a dia, deixando de desenvolver-se pessoal e profissionalmente”. (site do Instituto Paulo Montenegro).
  • Em 2003 – Magada soares afirma que “Alfabetização é o estado ou condição de quem sabe ler e escrever, ou seja, conhece a mecânica da leitura e da escrita”.

Alguns dados sobre os níveis de alfabetização (INAF):


  • Ensino Fundamental, até o 5º (15 milhões de matrículas – Censo Escolar/2016).
  • Mais de 68% dos que estudam ou estudaram até o 5º ano atingem, no máximo, o nível rudimentar. 13% dos brasileiros dessa faixa são considerados analfabetos.
  • Ensino Fundamental, até o 9º (12 milhões de matrículas – Censo Escolar/2016).
  • Do grupo que estudou até o 9º ano, apenas 24% do total pode ser considerado alfabetizado. A maior parte desse grupo se enquadra no nível básico.
  • Ensino Médio (8 milhões de matrículas – Censo Escolar/2016 )
  • Ensino Superior (8 milhões de matrículas – MEC/2015): Em cada grupo, apenas 56% prevalecem indivíduos que dominam a leitura e a escrita,

Considerações Finais: 


  • Letramento é, segundo Soares (2003:18), “o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado de escrita”.
  • Como o conhecimento sobre o ato de ler se ampliou, as denominações alfabetizado e não alfabetizado começaram a não mais atender às demandas da sociedade.
  • O termo “letramento” é recente e surge a partir de eventos que envolvem o tema da leitura.
  • Letramento significa estado ou condição daquele que aprende a ler e escrever.
  • O letramento diz respeito às práticas sociais de leitura e escrita, aos eventos em que essas práticas são postas em ação e suas consequências sobre a sociedade.
  • O letramento pode ser compreendido em duas dimensões: uma social e outra individual. Na social, estaria implicada toda a relação do sujeito com o entorno social em que a leitura/escrita acontece.
  • Na dimensão individual, o que está implicado é a competência do sujeito para ler, escrever e agir no mundo em vive.


Conteúdo elaborado por: Luiza Portes.
Contato: lportes@uva.br


Oficina realizada na Universidade Veiga de Almeida pela professora Luiza Portes:









Doutora pelo Programa de Pós-Graduação, nível Mestrado e Doutorado em Psicanálise, Saúde e Sociedade da Universidade Veiga de Almeida. Mestre em educação: Dissertação em processos cognitivos na Alfabetização e Letramento - UERJ. Professora do Curso de Pedagogia presencial e a distância da Universidade Veiga de Almeida, das disciplinas: Alfabetização e Letramento, Didática e Prática Pedagógica. Assessora Pedagógica da Pró-Reitoria de Graduação da mesma universidade.